além da janela, um mundo. que desconheço
sei que existe pois
vejo a estrada — rasgo de concreto
áspero infecundo
que sob o sol transpira — como num deserto
- - - - - - - - - - - - - - - há certa beleza em tudo
no acostamento um outro
mundo
homens suados em seus aros metálicos
pedais que movem rodas
e tudo gira
bugios atônitos vindos da mata revolvida
tentam
cruzar a linha morte/vida que desconhecem
- - - - -o campo de rosas vermelhas parece delírio
cavalos de silêncio galopam planícies
então — tudo é vertigem e é tudo que sei
além da curva rude há céu — que eu vi
errático pássaro vindo de lá
olhos de água — rasos — asas em chamas sem
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -- cantar